Indústria Americana põe a luta de classes em xeque
- JORGE MARIN
- 23 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de fev. de 2022
Indústria Americana é um documentário de 2019 sobre uma fábrica de automóveis da GM fechada em 2008. Seis anos depois, as instalações foram compradas por um bilionário chinês que recontratou parte dos antigos empregados e mais um contingente de 200 operários chineses.
Os diretores deste filme, Steven Bognar e Julia Reichert, estavam no primeiro evento, quando realizaram um documentário. A recompra das instalações pelo chinês Cao Dewang representou um alívio para a comunidade e uma retomada do documentário.
No início todos estão otimistas: “chairman” Cao espera que os americanos vejam os chineses de uma forma mais otimista e aposta que possam trabalhar em harmonia com os 200 operários chineses que vieram como treinadores.
Trabalhadores chineses tem aulas sobre a cultura americana e se admiram ao saber que seus colegas podem fazer piadas sobre o presidente. Americanos se assustam com a dedicação “patriótica” dos chineses, mas contentam-se com os seus (reduzidos) contracheques.
Aos poucos, essa postura frente ao trabalho mostra-se uma diferença cultural irreconciliável. A produtividade da Fuyao, na China, depende muito da “coisificação” dos empregados naquele país (comunista?), além das longas jornadas de trabalho e um certo descaso por acidentes de trabalho.
Numa tentativa de minimizar a resistência dos empregados americanos a esse estilo de administrar, gerentes locais são enviados à China para observar o estilo de trabalho naquele país.
A crescente frustração, com os baixos salários e com o aumento das lesões laborais, leva alguns empregados a buscar afiliação junto ao United Auto Workers, organização sindical que Dewang abomina acenando inclusive com o fechamento da fábrica em represália.
Os executivos da Fuyao pagam um valor milionário a “consultores” para esclarecer sobre os malefícios do movimento sindical, e a sindicalização acaba não ocorrendo. A histórica luta de classes é colocada em xeque quando um empresário comunista barra a sindicalização de empregados capitalistas.

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